Como o próprio nome diz, o Bipolar possui as duas polaridades do humor. Ora estando no auge da euforia, muito alegre, muito feliz, cheio de energia e ora está na depressão profunda, tristeza, melancolia.
Comportamentos:
Na euforia apresenta aumento da impulsividade: compras, esporte, sexo, trabalho, estudo, drogas, álcool;
Extrema irritabilidade, impaciência, incapacidade de se concentrar;
Diminuição da necessidade de sono;
Agitação, aceleração de pensamentos e idéias;
Mudança de assunto brusca, fala muito rápida;
Arrogante, sentimento de superioridade.
Na depressão apresenta lentidão, perda de energia, falta de interesse por coisas ou pessoas;
Dificuldade em tomar decisões, desânimo;
Perda ou aumento de apetite;
Dores pelo corpo;
Idéias de mortes são frequentes, planejamentos sobre o próprio suicídio.
O TBH pode causar sérios prejuízos a vida: como por exemplo na euforia: gastar um dinheiro que não tem, fazer sexo compulsivamente com pessoas desconhecidas e sem as devidas prevenções, ou ainda na depressão: deixar de ir ao trabalho, deixar de dormir noites, ou dormir dias e noites.
Fatores hereditários e fatores estressores como: separação, ou perda de um ente querido, mudanças na vida podem ser determinantes para o Transtorno Bipolar de Humor.
Após o diagnóstico realizado por psiquiatra ou psicólogo, o tratamento feito pelo psiquiatra é medicamentoso com o uso de estabilizadores do humor e também com o uso de antidepressivos. Tratamento com psicoterapia com psicólogos competentes também é importante para redução dos sintomas e prevenção de recaídas.
Psicóloga Regina Deichmann Ferrarezzo
CRP: 06/72676
http://psicologaregina.blogspot.com/2011/04/transtorno-bipolar-de-humor.html
“Eu era totalmente fora do eixo”
QUEM: Que cenas você apagaria?
CK: Várias. Tenho profundo arrependimento de muitas coisas. Hoje tomo um antidepressivo e um regulador de humor todos os dias. Sou a chamada bipolar. Até então, um dia eu estava péssima, chutava o pau da barraca, maltratava as pessoas e, no seguinte, quando reconhecia o erro, estava superbem e queria consertar tudo. Daí mandava flores, pedia desculpas... É uma mão de obra, cara. É uma loucura. Lamento não ter recorrido à ajuda médica mais cedo. Só me medico há dois anos.
QUEM: O que fez você pedir ajuda?
CK: Meu marido falou: 'Fico com você se você procurar um psiquiatra, porque a gente não pode continuar assim'.
QUEM: Vocês estavam juntos havia quanto tempo?
CK: A gente estava junto havia nove anos, sempre morando em casas separadas. Chegamos a romper o relacionamento algumas vezes por causa das minhas crises.
QUEM: Que tipo de coisas você fazia nas crises?
CK: Posso dizer que nas crises você passa por uma insegurança muito grande, não confia em você nem nos outros. A auto-estima fica muito baixa, você se preocupa demais com o que os outros vão pensar, precisa se vigiar, não consegue relaxar.
“Eu era totalmente fora do eixo”
TRECHO DA ENTREVISTA DE CÁSSIA KISS - ATRIZ
QUEM: Que cenas você apagaria?
CK: Várias. Tenho profundo arrependimento de muitas coisas. Hoje tomo um antidepressivo e um regulador de humor todos os dias. Sou a chamada bipolar. Até então, um dia eu estava péssima, chutava o pau da barraca, maltratava as pessoas e, no seguinte, quando reconhecia o erro, estava superbem e queria consertar tudo. Daí mandava flores, pedia desculpas... É uma mão de obra, cara. É uma loucura. Lamento não ter recorrido à ajuda médica mais cedo. Só me medico há dois anos.
QUEM: O que fez você pedir ajuda?
CK: Meu marido falou: 'Fico com você se você procurar um psiquiatra, porque a gente não pode continuar assim'.
QUEM: Vocês estavam juntos havia quanto tempo?
CK: A gente estava junto havia nove anos, sempre morando em casas separadas. Chegamos a romper o relacionamento algumas vezes por causa das minhas crises.
QUEM: Que tipo de coisas você fazia nas crises?
CK: Posso dizer que nas crises você passa por uma insegurança muito grande, não confia em você nem nos outros. A auto-estima fica muito baixa, você se preocupa demais com o que os outros vão pensar, precisa se vigiar, não consegue relaxar.
QUEM: Morar em casas separadas foi uma opção de quem?
CK: O Sérgio tem as coisas dele, gosta de ficar sozinho, eu também. A gente não descarta a possibilidade de morar juntos um dia, mas vamos ter cada um o seu quarto, o seu banheiro.
QUEM: Você chegou a ter crises durante as gravações de alguma novela?
CK: Em Porto dos Milagres (2001), gravava muito, ainda fazia uma peça de teatro e tinha as crianças. Estava grávida do meu terceiro filho e passava a noite estudando. Às vezes não dava tempo de passar todas as cenas. Em vez de procurar o produtor da novela e dizer: 'Desculpa, tem três ou quatro cenas que não tenho condição de fazer', eu me desdobrava para gravar. Mas não conseguia e explodia. Saía do estúdio gritando, chorando, totalmente enlouquecida. Para a equipe, eu era a doida da Cássia, a pessoa difícil.
QUEM: Eles falavam isso para você?
CK: Não, porque era raro eu ter essas explosões. Mas os colegas me olham atravessado. Ou melhor, olhavam, porque hoje estou bastante equilibrada. Me vigio muito, porque a bipolaridade vem da minha história de família. Tive uma mãe que sumia de casa por dez dias e reaparecia como mendiga. Minha avó vivia em manicômio, sumiu, morreu e foi enterrada como indigente. Hoje estou vigilante com a minha filha.
QUEM: No caso da sua mãe, a família tinha noção do motivo das crises?
CK: De jeito nenhum. A gente dizia que ela devia estar louca. Ela brigava, batia nos filhos. Apanhei muito. Tanto que saí de casa cedo, com 15 anos, porque ela me convidou a isso. Acho que a minha mãe foi muito madura quando disse: 'Quero que você vá embora'. Eu já era responsável. Saí de São Bernardo (do Campo, no ABC paulista) e fui morar em São Paulo, com um casal de amigos, mas logo conquistei minha independência.
QUEM: Sua mãe não chamou você de volta?
CK: Nunca mais voltei para casa... Estou falando com tranqüilidade sobre isso porque conheço tanta gente que vive distúrbio mental... (Pausa) Sofri de bulimia durante 11 anos - de 1983 até 1994 -, e era tudo junto, depressão com bulimia.
QUEM: Como começou o processo?
CK: A insegurança desencadeia muita coisa: baixa a auto-estima, elimina a perspectiva. Vivi um casamento inteiro sendo bulímica. Na verdade, tenho a bulimia controlada desde que fiquei grávida do Joaquim, meu filho mais velho. A maternidade foi a minha salvação. Estou viva graças aos meus filhos.
(...)
QUEM: Você acha que isso provocou o fim dos seus relacionamentos?
CK: Eu era uma pessoa totalmente fora do eixo. Não digo que hoje encontrei o paraíso, mas sei o que é uma mente quieta. E sei o que é uma mente em ebulição - e uma mente em ebulição é muito difícil. Então, quando ouço sobre a morte de uma amiga, a Ariclê Perez (que morreu no ano passado ao cair da janela de seu apartamento), por exemplo, tenho condição de entender. Você quer controlar, parar a mente de alguma maneira. Tem gente que recorre a um tiro, outros pulam da janela. É desesperador.
QUEM: Em algum momento você pensou em suicídio?
CK: Em vários momentos.
QUEM: E o que a fez voltar atrás?
CK: Alguma coisa acontece e vira a chave.
QUEM: Com tudo isso, como você é como mãe?
CK: Acho que sou muito interessante como mãe, porque tenho várias referências. A maternidade mostra quais são os verdadeiros problemas e responsabilidades. Os filhos te botam para viver o aqui e o agora. Se o meu filho sobe ali (apontando a janela de vidro no décimo sétimo andar), ou eu ajo naquele instante ou ele cai.
QUEM: Como foi a presença paterna na sua vida?
CK: Nós tínhamos muito medo do meu pai. Não que ele reprimisse, mas era de muita autoridade. Eu gostaria que meus pais tivessem sido exemplo para mim, mas não foram. Então, quero ser para os meus filhos.
QUEM: Você teve experiência com drogas. Que tipo de orientação dá aos seus filhos nesse sentido?
CK: Tomei muito chá de cogumelo dos 16 até os 22, 23 anos. Também usei muita maconha. Mas saí fora sozinha. Uma hora eu disse para mim mesma que queria botar o pé no chão de novo. Fumava tanto que ficava voando 24 horas por dia.
QUEM: E o Santo Daime?
CK: Experimentei e não gostei. Bateu mal. Parecia que eu ia morrer.
QUEM: Você já fala com eles abertamente sobre drogas ou homossexualismo?
CK: Falo abertamente sobre drogas. Recorto nos jornais as notícias que envolvem vítimas do vício. Sobre homossexualismo não falo porque não sei se eles têm tendência. Mas, se algum tiver, não faz a menor diferença. Meus maiores amigos são gays.
QUEM: Daqui a seis meses, você completa 50 anos. Tem algum significado especial essa idade para você?
CK: Espero adquirir mais sabedoria, porque ficar um velho ou velha chata, que não sacou a beleza e a simplicidade da vida, é muito triste. Não corro o risco de ficar uma velha babaca.
(...)
QUEM: Você foi porta-voz de campanhas contra o câncer de mama e a favor do aleitamento materno e ainda faz palestras sobre responsabilidade social, alimentação, meio ambiente. Não teme que sua credibilidade fique abalada por estar revelando ser bipolar e bulímica?
CK: Pelo contrário. Estou aqui mostrando minha fragilidade. Sou uma pessoa como outra qualquer. Assumir essas precariedades faz com que eu me fortaleça e me transforme. Imagina o número de mulheres que batem nos filhos porque têm descontrole mental. Dessa forma me aproximo dessas pessoas. Para mim, é transformador não esconder isso.
http://revistaquem.globo.com/Quem/0,6993,EQG1599634-6129,00.html
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